NUCLEAR. Cinco dias depois de se ter verificado uma «pequena fuga» de vapor radioactivo numa central nuclear de Nova Iorque, que não terá chegado a atingir níveis perigosos, a tristemente célebre central congénere de Chernobil voltou a funcionar depois de ter sido reparado o mecanismo que provocou um vazamento de água radioactiva. Infelizmente nenhum dos dois acontecimentos mereceu grandes parangonas mediáticas, o que foi pena. Apesar de não terem sido divulgados grandes pormenores nos dois casos, parece-me ressaltar daqui duas evidências: em primeiro lugar, o acidente de Nova Iorque mostra que nem nos países mais ricos do mundo as centrais nucleares são seguras; em segundo, que a central de Chernobil continua a funcionar com uma segurança muito precária, como admitem as próprias autoridades ucranianas, que se queixam de não terem recebido ainda a prometida ajuda internacional que lhes permita, dizem eles, consertar mais duas centrais (Rivn e Khmelnitski) e encerrar Chernobil. A central de Chernobil foi protagonista, em 1986, do maior desastre nuclear do mundo. Lembram-se? Isto das centrais nucleares ainda vai acabar mal. [Originalmente publicado em 16-2-2000]